Gerber, Patricia Evento: 10° Bienal de Havana - Cuba(Exposição de Arte e Vídeo), Local Evento: Mostero San Francisco. Cidade do evento: Havana. País: Cuba. Exposição Internacional Coletiva Convite. Atividade dos autores: Artista Visual. Referências adicionais: Brasil/Português. Meio de divulgação: Outro.

 

Texto : Lucas Bambozzi (https://linktr.ee/lucasbambozzi) (...) convidado para escrever sobre o trabalho de patrícia Gerber, cada detalhe me interessa, talvez porque já estive nessa situação de observado, seja como “alvo” de trabalhos acadêmicos, do jornalismo ou de estudos de crítica genética. Ou talvez porque Patricia, como as demais participantes deste tripé vídeo, é de fato extremamente interessante no que propõe, na forma como executa sua obra e na sua presença marcante. Vejo que seu trabalho a contem: é uma obra-ação, nem tão performática, mas nitidamente ritualística, em que a artista se mostra nua, solitária, silenciosa, em ações quase-naturais. Ela me conduz pelos detalhes técnicos, pelos bastidores da ação, pelos recursos técnicos, pelo que houve de solitário no ato, pelas convicções e intenções explicitas, e aos poucos percebo também as sugerida. As imagens da performance realizada en Varadero são vistas em tvs semi-enterradas em um grande volume de terra, formando uma rede de informações visuais e sonoras, conjugando elementos mais ou menos ‘matéricos’. Ao falar do som, nos enlevamos juntos: o som intimo e discreto retratado se reverbera no falantes das tvs e ganha com destreza o espaço da instalação. Atraves de microfones que captam os pequenos e fracos falantes das tvs, o áudio é amplificado em outra escala, nem tanto pelo volume mas como preenchimento do espaço, de forma redistribuída, quase “escultural”. Esse me parece ser um detalhe grandioso, pois a instalação se confirma n tanto como em uma configuração típica, mas sim pela maneira como o trabalho faz reverberar para o além do matérico e do visível, os pensamentos possíveis desse ritual no espaço circundante. Redistribuído, o som esgarça a intimidade, refaz a sutileza dos gestos, sugere imersão e expõe os silêncios internos.